Kondzilla: A voz da indústria do entretenimento fala sobre tecnologia e cultura

Konrad "Kondzilla" e Maíra Habímorad no Onboarding Inteli 2024

Conhecido por reinventar o audiovisual de pequenos, médios e grandes nomes do funk no Brasil, o canal Kondzilla no Youtube foi o primeiro a atingir 50 milhões de inscritos e 30 bilhões de visualizações no país. O projeto começou com Konrad Cunha Dantas, a partir do desejo de produzir arte para jovens da periferia. 

Kond participou do segundo dia do onboarding dos novos alunos do Inteli, em um bate-papo conduzido pela nossa CEO, Maíra Habimorad.  Fã do Inteli, Kond mandou a real: “Essa turma aqui é muito potente, capacitada e apaixonada pela transformação”. Muita honra, né gente? 

Confira aqui alguns destaques dessa conversa. Spoilers? Teve ainda muitos insights sobre tecnologia, carreira, inovação e resiliência. 

Como tudo começou

Desde cedo, Kond sempre teve uma afinidade única com o entretenimento. Criado em uma favela do Guarujá, ele relembra os primeiros passos dessa jornada: “Eu comecei a gostar de entretenimento muito jovem, quando minha mãe me deu um aparelho para copiar CDs e eu comecei a montar as minhas playlists. Meus advogados dizem que eu estava pirateando, mas na verdade eu estava difundindo a cultura na periferia.” 

Kond começou dirigindo videoclipes de qualidade para artistas do funk “ostentação”, um subgênero paulista que exalta a roupa, joias, bebidas e carros de luxo entre os jovens das favelas. 

Em pouco tempo, sua audiência explodiu. Em 2015, lançou o clipe “Baile de Favela”, do artista MC João, primeiro a superar as 100 milhões de visualizações.

Atualmente, a Kondzilla é uma holding que inclui uma produtora e uma gravadora de artistas, a produção de séries, filmes  documentários, um portal de notícias especializado em funk e uma escola de jovens talentos.

Tecnologia, IA e Produção Digital

De acordo com a pesquisa Como a IA está mudando a narrativa, da Globant, cerca de 12% das organizações do setor de entretenimento já introduziram ferramentas de IA nos projetos para a produção de conteúdo, trazendo vantagens em traduções, análises de consumo, desenvolvimento de design e criação de melodias.

Em relação à música, a IA criativa é considerada uma das tecnologias mais disruptivas. Pesquisadores independentes e as principais empresas de tecnologia do mundo, como Google e ByteDance, desenvolveram mais de dez modelos de música com a ferramenta que permite aos usuários gerar faixas personalizadas em segundos. Com isso, espera-se que o mercado de IA generativa no segmento de música atinja $2,66 bilhões até o ano de 2032.

Kond fala com entusiasmo sobre as infinitas possibilidades de criação e automação que a Inteligência Artificial oferece, mas concorda com as preocupações da indústria fonográfica em relação aos efeitos colaterais relacionados à propriedade intelectual, privacidade e ética. 

Na Kondzilla, ferramentas de IA são utilizadas para analisar o gosto musical dos consumidores, realizar predições, listar novos artistas, entender quando estão gerando resultado e o potencial de cada um. 

Outro destaque do bate-papo foi sobre a importância de equilibrar aspectos lúdicos e artísticos com análises de dados e técnicas, e como essa abordagem holística é crucial no mundo contemporâneo do entretenimento e da tecnologia. 

Resiliência, Pertencimento e Transformação

Crescendo em um bairro periférico, Kond enfrentou muitos desafios, mas encontrou fé e apoio na comunidade. Ele destacou a importância do equilíbrio espiritual e emocional para superar as adversidades da vida. “O sucesso não tem a ver com bens materiais, mas com a sua capacidade de entregar e realizar”, ressaltou. 

Konrad Cunha Dantas "Kondzilla"
Konrad "Kondzilla" no festival de Cannes


Kond falou sobre a responsabilidade de ser um líder das comunidades negras e periféricas e a sua paixão pela criação de conteúdo de alta qualidade para agradar seu público. Em 2023 a Kondzilla, em parceria com a BETC Havas, Mainstreet e Santeria, ganhou o prêmio Leão de Prata, em Cannes, pela campanha Salve a Favela. A obra audiovisual denuncia a violência policial e busca trazer também uma reflexão sobre crimes raciais.

Para encerrar, Kond deu um conselho para os jovens alunos do Inteli: “Concentre-se naquilo em que você é bom, encontre parceiros para aquilo que você não é, divirta-se na faculdade e valorize quem está do seu lado na trincheira. Não é só sobre onde você quer chegar, é sobre quem está do seu lado”. 

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